Apresentadora Eliana posta sobre o passeio em Firenze,Itália em site "As Meninas Online".
Depois, caminhando sob o sol acompanhado de um brisa constante, vieram Piazza della Signoria, Duomo, Galleria degli Uffizi, Loggia dei Lanzi, Palazzo Pitti, Ponte Vecchio e, finalmente, Piazzale Michelangelo com sua visão deslumbrante de Firenze no final de tarde. Durante todo trajeto, gelaterias, gelaterias, gelaterias. Irresistível. A primeira onde experimentei esse patrimônio nacional foi a Grom.
A Toscana é uma região da Itália muito especial. As cores, os aromas, os sabores, o som da língua. A reunião de todos esses elementos cria uma verdadeira sinfonia para os sentidos. Parece um filme em plano sequência.
A base da viagem foi Firenze, em um hotel pequeno e aconchegante chamado Lungarno, da família Ferragamo, nas margens do rio Arno, com remadores deslizando silenciosos logo pela manhã e vista pra Ponte Velha. De uma varanda florida – onde é possível ver muitas outras varandas com flores -, fiquei observando as construções seculares da cidade, encantada com a atmosfera mágica do lugar.
Embora tivesse uma pequena lista com sugestões de visitas, decidi, antes de tudo, caminhar pelas ruas e calçadas para viver plenamente o clima do lugar. Com o verão europeu no auge, a primeira parada foi em um pequeno comércio de pães, queijos e frios de fabricação própria, cardápio escrito a mão e bicicletas estacionadas na porta. Puro charme italiano. Da discreta adega, veio dar boas vindas um ótimo chianti, orgulho local. O tempo parou.
Após alguns dias, parti de carro para Veneza (situada em Veneto, nordeste da Itália) através de uma estrada linda, cercada por amplas paisagens verdes, construções de pedra e terracota, muitas parreiras e flores. Um sonho. No rádio do carro, Enio Morricone, Lucio Dalla, Pino Daniele, Zucchero, Ornella Vanoni, Mina.
Chegando à cidade semi-mergulhada no mar – também chamada de Rainha do Mar Adriático -, estaciona-se o carro e tudo é feito a pé, de barco ou nas românticas gôndolas. Vielas, canais, becos e pontes; máscaras, espelhos e antiguidades. Bebi o clássico Bellini no Hotel Cipriani, onde sua receita foi criada pelo Harry Cipriani, em 1948, misturando purê de pêssego gelado e prosecco (bebida típica da cidade, feita em vinículas a uma hora de distância). Almoçar no pier do hotel foi memorável e delicioso. Evidentemente, frutos do mar e pasta são uma grande opção. Depois, Basilica di San Marco, Gallerie dell’Accademia, Torre dell’Orologio, Palazzo Ducale, Campanile (a mais alta construção da cidade), a moradia do Casanova e a Casa di Giulietta de Shakespeare, construída no século XIII. No final da tarde, visitei Murano, um conjunto de sete ilhas na baía veneziana, em que são fabricadas as tradicionais peças de vidro utilizando técnicas com mais de 700 anos de tradição. Assisti ao vivo o trabalho de um mestre artesão, criando peças a partir da lava incandescente de areia tirada do forno a 1.400 graus, utilizando apenas o sopro e algumas ferramentas. Antes de pegar a estrada de volta para Firenze, uma parada na Boutique del Gelato para refrescar o calor intenso.
Noite quente, brisa fresca – combinação perfeita para um jantar na varanda do restaurante Borgo San Jacopo e mais caminhadas pelas alamedas de Firenze, onde a presença de carros é bem moderada. Descobri na cobertura do hotel Continentale o La Terraza, um bar disposto no topo da torre Consorti. Mais uma apaixonante vista da cidade e seus encantos. Outro lugar que gostei foi o Golden View Open Bar na Via dè Bardi, misto de restaurante e clube de jazz com uma bela adega. Lá tomei um Amarone, ouvindo um piano e voz, enquanto pensava na viagem do dia seguinte: Siena e Montalcino.
Percorrer 75km de estrada pela Toscana em uma manhã ensolarada é uma experiência memorável. Perto do destino, uma via sinuosa de apenas duas mãos me leva até o alto da montanha, enquanto o vale que a cerca captura a atenção por sua beleza e amplidão. De repente, após um curva, surge Siena, uma cidade feita de tijolos, ruas estreitas e tradições.
O ponto inicial foi a ampla Piazza del Campo, parte dominante de um centro repleto de pequenas lojas e restaurantes, onde duas vezes por ano acontece o Palio (corrida medieval de cavalos). A tradicional fonte Gaia também fica lá. Depois a Catedral, a Torre del Mangia, o Palazzo Comunale, a Cappella di Piazza. Uma viagem no tempo. O almoço foi na taverna Ghibellino, em que escolhi uma massa com trufa fresca deliciosa. Seu aroma, que tomava todo ambiente, me capturou ainda na rua. Para acompanhar, um ícone da província: Brunello di Montalcino, feito na comuna que encerraria o meu dia.
Cheguei ao Castiglion del Bosco num final de tarde de verão, pronta para conhecer a vinícola da família Ferragamo. Lá fui recebida por um apaixonado funcionário. O processo de fabricação de vinho utiliza uma uva típica chamada sangiovese e é completamente artesanal. O ambiente onde guardam os barris de carvalho e fazem as degustações, só tem o silêncio quebrado pelo som da água borrifada de vinte em vinte minutos. Parece música. Visitar uma vinícola e entender um pouquinho sobre viticultura aumenta muito a gama de significados e o prazer de beber uma taça de vinho.
Alí mesmo, sob a sombra de uma parreira, já comecei a sentir saudade dessa viagem marcante e que, certamente, jamais esquecerei. A Toscana é um presente da natureza.
Texto retirado do site Meninas Online.
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